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A psicanálise não visa eliminar o sofrimento

  • Foto do escritor: Ronaldo Patrício
    Ronaldo Patrício
  • 16 de jul.
  • 1 min de leitura

"Uma análise bem sucedida pode diminuir o sofrimento, mas o intuito da análise é aumentar a capacidade do paciente para sofrer", afirma Wilfred Bion.


Esse paradoxo que Bion nos apresenta indica a necessidade de o paciente desenvolver uma maior tolerância e capacidade de lidar com o sofrimento inerente à vida, em vez de simplesmente evitá-lo.

Nessa perspectiva, o objetivo da psicanálise não é eliminar a dor, mas sim fortalecer a pessoa para que ela possa enfrentar os desafios e perdas inevitáveis da existência, promovendo compreensão, consciência e um crescimento mais profundos. 


Uma análise bem-sucedida pode, de fato, aliviar o sofrimento ao ajudar a pessoa a identificar as causas subjacentes de suas angústias e a desenvolver mecanismos de enfrentamento mais eficazes. Isso pode envolver a resolução de conflitos internos, a elaboração de traumas ou a modificação de padrões de comportamento disfuncionais.


Bion sugere que a vida é intrinsecamente marcada pelo sofrimento, e que a tentativa de evitá-lo a todo custo pode levar a defesas rígidas que impedem não apenas a dor, mas também o aprendizado e o crescimento. Portanto, o objetivo da análise seria aumentar a capacidade do paciente de suportar e processar o sofrimento de forma mais saudável, sem ser sobrecarregado por ele. Isso significa desenvolver uma maior tolerância à frustração e à incompletude, e aceitar a vida em sua totalidade, com suas alegrias e dores. 

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Enfim, a frase de Bion enfatiza que o objetivo final da análise é a tolerância ao sofrimento, uma habilidade fundamental para a saúde mental e a adaptação à vida. 


Wilfred Ruprecht Bion foi um psicanalista britânico, pioneiro em dinâmica de grupo. 

 
 
 

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Psicanalista Ronaldo Patrício

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